quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

VIII SEMANA DE LETRAS DA UNIFAP



Os estudantes de Letras da Universidade Federal do Amapá estão contruindo a VIII SEMANA DE LETRAS da instituição que deve ocorrer nos dias05 a 09 de Abril 2010. 
Esse ano o tema é: Evoluções Linguística e Literária do Português Arcaico a Atualidade.
"A Semana de Letras é uma atividade acadêmica realizada pelos estudantes, que visa à complementação da sua formação intelectual. É também uma possibilidade de diálogos entre os diversos conhecimentos, pois busca permitir a troca de experiências, além de estabelecer mecanismos de interação entre os estudantes de Letras, a comunidade e as diversas áreas que mantêm uma interlocução com o curso.
O objetivo da VIII Semana de Letras é abrir espaço para novas abordagens no âmbito da pesquisa e compartilhar experiências entre as faculdades de Letras do Amapá para que se possa discutir o papel do ensino superior e seu impacto na sociedade. As discussões devem estabelecer relação entre as diversas áreas do saber que o curso proporciona. As mesas-redondas, palestras, mini-cursos, oficinas, comunicações e painéis terão a participação dos alunos da instituição(UNIFAP) e de convidados de outras instituições tanto do Estado Amapá como de outros Estados, que exporão suas experiências na realização de trabalhos interdisciplinares, no ensino, na pesquisa e na extensão."
.
mais infromações no blog: http://viiisemanadeletras.blogspot.com

Contrapondo o Ato "declare guerra a quem finge te amar"

O CAMPO CONTRAPONTO historicamente tem se colocado na luta pela educação pública e de qualidade, sempre esteve na luta pelo transporte público digno para o estudante e o trabalhador, entre outras batalhas. Em todas essas lutas, compreendemos que para que o estudante possa protagonizar vitórias é preciso uma prática de construção radicalmente democrática, e também autônoma para que o movimento não seja marionete nas mãos de governos, reitorias ou partidos políticos.
Em defesa de um M.E que tome por base estes princípios, não poderíamos deixar de nos posicionar diante do ato “declare guerra a quem finge te amar”, organizado pela UECSA, UNE-AP, que se coloca a favor do veto da LOA (Lei Orçamentária Anual) a qual prevê redução de verbas nos setores da educação, segurança, cultura, dentre outros, e o aumento do orçamento destinada a Assembléia Legislativa.
Muito embora, a pauta do ato seja, a princípio, legítima, não se pode ignorar o profundo oportunismo que o caracteriza, só para ilustrar: O DCE da UEAP tem sido citado como uma das entidades que o constroem, mas apesar disso é flagrante a ausência da base da estudantada da UEAP, em nome da qual se fala com freqüência mas que não foi nem minimamente mobilizada ou convidada ao bom debate para a construção desse ato, aliás nem mesmo boa parte da direção da entidade foi chamada ao debate e à construção.
Infelizmente, este tipo de construção de cúpula, que corre totalmente desprendida das bases do movimento estudantil real que é vivo e atuante nas escolas e universidades do Amapá, tem sido freqüente nas raras intervenções da direção majoritária da UNE em nosso estado, uma entidade marcadas pelo imobilismo e pelo aparelhamento tanto em relação ao governo do estado quanto em relação a partido político.
A UNE-AP, hegemonizada pela UJS/PCdoB já há muitos anos, tem sido parceira e defensora de primeira hora do governo Waldez, o que não é naturalmente uma casualidade, recentemente assinou um acordo com o governo para financiar a venda das carteirinhas com as quais viabilizam uma política de finanças burocratizada e nem um pouco transparente.
Não causa estranhamento a UNE nos surgir neste ato em frente a assembléia, assim como surgiu em 2008 chamando a construção de um ato contra o aumento da tarifa de ônibus, isto depois de em 2007 terem tomado um chá de sumiço enquanto explodiam mobilizações, com a mesma pauta, que aglutinavam centenas de estudantes na av. FAB, estudantes que eram recebidos com truculência pela guarda municipal do então prefeito João Henrique...
Onde estava a majoritária da UNE em 2007? Onde estavam em 2009 quando o secretário estadual de educação Adauto Bittencourt passou um tempo foragido depois de gravíssimas denúncias de corrupção? Note-se que as datas de aparição da UECSA e da UNE são sempre em anos eleitorais, seja pela conveniência de construir palanque para o candidato da vez em 2008 ou pela conveniência de defender o orçamento da secretaria de cultura, dirigida pelo PCdoB e o quinhão do governo em disputa pelo orçamento com a AL agora em 2010.
Entendemos, em síntese, que o ato “declare guerra a quem finge te amar” , é uma iniciativa que por sua construção fere a autonomia e democracia do movimento estudantil, pressupostos fundamentais cuja negação leva ao descrédito e é fruto do desrespeito e do descompromisso com a auto-afirmação do estudante enquanto agente da história, que somente através do diálogo democrático, na luta cotidiana e organizada, na liberdade de amarras oportunistas poderá contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, igual e livre.
Campo Contraponto
Autonomia, Democracia e Luta

Resposta a LOA

Efeito Borboleta – por Ruy Smith

"Governador Waldez está fulo da vida com os deputados, por causa das mudanças no orçamento para 2010; acha que foi despropósito o ato de transferir do executivo para os demais poderes um percentual adicional ao previsto em sua proposta. Espera da reduzida oposição na Assembléia a resistência ao fato, como se dois adversários pudessem mais que os vinte e dois amigos seus.
Lembro que a oposição sempre buscou, nos anos anteriores do governo Waldez, diminuir os percentuais orçamentários dos demais poderes, mantendo a maior fatia possível no executivo, e nunca contou com auxílio do próprio nessa luta. Nem uma palavra sequer foi balbuciada pelo governante em defesa do orçamento. Dizia ele que a harmonia entre os poderes era a mola mestra da paz e do bem estar social
Agora o governador reclama, como se a transferência orçamentária aprovada pela AL fosse o empecilho para que ele, no finzinho, cumprisse todas as promessas não resgatadas nos sete anos anteriores de gestão, quando teve todas as condições que quis: orçamento ao seu molde, Assembléia como parceira irrestrita e tudo o mais.
De 2003 a 2009, quando os orçamentos foram aprovados como mandou o governador, serviços públicos cruciais retrocederam: a CAESA está falida e o sistema de água em colapso; esgoto, não foi construído um metro sequer e somos o último da nação nesse indicador; a CEA teve acréscimo de 800% em sua dívida que ultrapassa a casa de R$ 1,0 bilhão, e não paga a Eletronorte desde o primeiro mês do atual governo; a gestão da educação é acusada de desviar milhões de Reais do erário, e a única atitude do governador foi mandar exonerar quem denunciou e brigar com quem divulgou.
A saúde não encontra precedente recente para o caos instalado. Aparelhos roubados, plantões graciosos, falta de atendimento e remédio está generalizado. O modo Waldez de fazer saúde é a “caravana da saúde”, incursões eleitorais feitas esporadicamente aos municípios do interior, como se o povo pudesse escolher data para adoecer. Os fatos mais marcantes nesse setor foram as operações policiais promovidas pela PF.
A política de habitação não existe; das 10 mil casas prometidas em 2002, pouco mais de 600 foram efetivamente entregues; nenhum novo loteamento urbano foi construído e a população ficou à mercê da especulação imobiliária; já é de mais de 31.600 unidades habitacionais o déficit no Amapá, medido pela FVG em 2008, com base no PNAD.
O que falar dos tão decantados “eixos estruturantes” do governo? Ou do “capitalismo sustentável” criado por Waldez? Aquele, um vazio discurso decorado; esse, uma baboseira da imprensa quase oficial.
Enfim, a própria FGV mediu, em 2008, o IDSE (índice de desenvolvimento sócio-econômico) criado com base em 33 indicadores sociais e econômicos para aferir o que o próprio nome contempla, e concluiu que o Amapá foi o único estado, nos últimos anos, que regrediu nesse contexto, em praticamente todos os indicadores, na contramão do orçamento público que progrediu sempre; o governo, como se fosse a FGV a administradora do estado, preferiu culpá-la a tentar corrigir os rumos baseado nos resultados da pesquisa.
O fato é que Waldez, mormente todas as condições políticas e orçamentárias favoráveis, não cumpriu o que prometeu: dias melhores ao povo do Amapá. Pouco pão e muito circo. Agora, quando a Casa limita sua atuação desastrosa, restringe os contratos administrativos e a criação de gerências de projetos, diminui de 40% para 2% o percentual orçamentário passível de mudanças sem autorização legislativa, acaba com a possibilidade de contrair empréstimos sem autorização em lei específica, aumenta a fiscalização sobre pagamento de precatórios e débitos de exercícios passados, estabelece desde o início o orçamento real dos demais poderes independente do humor do executivo para suportes adicionais, corta as despesas com propaganda e até as da residência oficial, o governador chia.
Á propósito, não deveria chiar, pois o orçamento encaminhado pelo governo é uma porcaria, do ponto de vista da contemplação da sociedade. A peça revela, na essência, as prioridades do governante e dos grupos políticos que o apóiam, e não a vontade dos técnicos lastreada na demanda pública. Apenas como exemplos, como pode a residência oficial ter o mesmo peso da Auditoria Geral (R$ 400 mil x R$ 463 mil) ou o recurso para construção de casas populares ser exatamente igual ao reservado a pesquisas de opinião pública (R$ 600 mil); a vice-governadoria ter orçamento equivalente ao da Defensoria Pública (R$ 568 mil x R$ 616 mil); a Agência de Pesca ter menos que a Rádio Difusora (R$ 675 mil x R$ 751 mil); a Ouvidoria Geral ser peça decorativa na Administração (R$ 231 mil) ou a Secretaria Extraordinária de Representação em Brasília ter igual tratamento orçamentário que a Secretaria Extraordinária de Políticas para as Mulheres (R$ 694 mil x R$ 700 mil) e, o pior, que todos os acima citados signifiquem menos da metade do orçamento para propaganda oficial (R$ 12,3 milhões) ?
Nem entro no mérito das aplicações mais que duvidosas dos recursos, dos desvios de medicamentos, do soro e da merenda superfaturados, das modestas obras de preços faraônicos, do roubo dos recursos dos artesãos, da falta de licitação nos gastos milionários das feiras, das obras abandonadas, dos recursos federais devolvidos, do PAC empacado, da falta de merenda nas escolas e da falta de escolas, e outras mazelas.
Na apreciação do veto do governador às mudanças feitas pela Assembléia, portanto, a oposição e aqueles que desejam mudanças radicais de rumos precisam identificar bem seus papeis. Nesse caso, penso eu, a emenda é melhor do que o soneto. Fazer a vontade do governador é garantir a instrumentalização do orçamento como carro-chefe da eleição de seu favorito, mantendo tudo como dantes no quartel de Abrantes. Não dá para exultar com o gol sofrido. Reclamar, depois, que a vitória eleitoral foi roubada ou que o Amapá e seu povo continuam regredindo é apenas declarar-se cúmplice.
Mas, poucas verdades são absolutas. É possível que Waldez esteja pensando no povo do Amapá, e não nos seus eleitores dispersos nas assessorias especiais, gerências e contratos administrativos, no rol de parentes que o auxiliam na administração, nos eventos sociais da residência e nas mesuras em palácio, na facilidade em mudar as metas de governo através da alteração desbragada do orçamento, nos pagamentos de débitos duvidosos da década passada, na campanha de senador e na vaga do TCE que está a ser preenchida esse ano.
Enfim, em cada cabeça uma sentença. A minha diz que não me cabe promover a governabilidade de uma administração temerária, para dizer o mínimo. Não sou tão crédulo a ponto de pensar que o melhor é deixar a faca e o queijo na mão de Waldez para que ele tenha condições de fazer em um ano o que não fez em sete. Essa lógica poderá fazer com que tenhamos mais do mesmo. A teoria do caos (nada a ver com desastres) diz que basta uma pequena mudança no início de qualquer evento para que o resultado seja o inesperado (leiam mais sobre efeito borboleta, ou vejam o filme). Isso é tudo que Waldez não quer, e é tudo o que a oposição espera. Sou oposição, duela a quem duela!".

Ruy Smith é deputado estadual(PSB).
http://www.lucianacapiberibe.com/2010/01/22/efeito-borboleta-por-ruy-smith/


Estudantes protestam contra deputados que aprovaram cortes a LOA

O corte da Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada no final do ano pela maioria dos deputados estaduais do Amapá está provocando um racha no grupo político que governa o estado nos últimos sete anos e ficou conhecido como grupo da harmonia. O corte patrocinado pela Assembléia Legislativa está provocando uma disputa entre o governador Waldez Góes (PDT/AP) e o presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Jorge Amanajás (PSDB/AP), que nos últimos tempos fizeram parte do mesmo grupo político, conhecido como grupo da “harmonia”, que além de eleger Waldez Góes ao governo, elegeu seu primo, Roberto Góes para a prefeitura de Macapá. Caso o veto seja derrubado, Waldez Góes promete ir ao Supremo Tribunal Federal para tentar manter a Lei Orçamentária Anual(LOA), que ele mandou para a Assembléia e que lá foi refatiada, os deputados decidiram tirar polpudas somas que iriam para investimentos no Estado e redistribuí-los para a própria Assembléia, para o poder judiciário, para o Ministério Público Estadual e para o Tribunal de Contas Estadual.



 
Teve início nesta quinta-feira, 21, com a manifestação de estudantes e de agentes culturais em frente à Assembleia Legislativa do Amapá uma queda de braço pública, entre os manifestantes, que defendem Waldez e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jorge Amanajás, pré-cadidato ao governo do estado e patrono das mudanças orçamentárias.
Com o grito “Declare guerra a quem finge te amar”, recorrido à letra do cantor e compositor Cazuza, estudantes e representantes de diversos movimentos sociais pró-Waldez, seguem em frente ao prédio da Assembléia Legislativa, onde passaram a noite protestando contra os deputados que aprovaram o corte a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Segundo os manifestantes, a proposta de alteração do orçamento representa uma clara afronta aos interesses dos estudantes e da sociedade amapaense. “E torna-se o maior golpe sofrido à educação do Amapá. Porque cortaram R$14 milhões da educação, R$6,5 milhões da UEAP e R$3,5 milhões da Cultura”, ressaltaram os estudantes num informativo distribuído e assinado por vários movimentos sociais, que classificaram a atitude da mesa diretora da AL como “ganância de poder”.
O representante da União Nacional dos Estudantes no Amapá (UNE/AP), Patryck Lima, criticou veemente a atitude do presidente da AL, em apoiar o corte ao orçamento da educação. “O grande defensor da educação, o pai do Desafio, está tirando dinheiro da educação para aumentar o orçamento da Assembleia Legislativa, para garantir sua eleição para governador este ano”, criticou Patryck.
Segundo os coordenadores da manifestação, o protesto não tem dia pra terminar. “Só vamos sair daqui quando a mesa diretora da AL, sentar conosco para negociar uma saída para esse embate político”, disse um dos manifestantes. A votação deverá ocorrer na próxima terça-feira, 26.
http://www.lucianacapiberibe.com/2010/01/22/estudantes-protestam-contra-deputados-que-aprovaram-cortes-a-loa/comment-page-1/#comment-7049